Estrutural
Trapiche está perigoso para visitas
Estrutura interditada em novembro pela Defesa Civil segue recebendo visitantes, que temem desabamento
Carlos Queiroz -
Nos primeiros passos dentro do Trapiche do Laranjal já é possível sentir as más condições da estrutura de um dos principais pontos turísticos de Pelotas. Os problemas são no assoalho, no guarda-corpos e na própria estrutura de vigas de madeira, danificadas pelo tempo e pela água. Se antes um portão impedia as visitas, o cadeado agora foi arrombado e apenas uma pequena placa no acesso avisa a interdição - ignorada pela maioria dos visitantes.
Sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Obras e Pavimentação (Smop), o Trapiche foi interditado em novembro, após as chuvas de outubro, que chegou a deixar desabrigados moradores da região das Doquinhas. É possível notar que algumas tábuas chegaram a ser substituídas nas últimas semanas. Mesmo assim, no decorrer do trajeto, faltam pedaços no assoalho. O guarda-corpos também não dá sinais de firmeza, o que gera insegurança naqueles que se apoiam na estrutura.
A placa que avisava a proibição de pulos e mergulhos também está inelegível. Em formato da letra "L" invertida, na bifurcação onde fica uma espécie de casebre, faltam telhas e, pelo cheiro, o local é utilizado como banheiro por visitantes. Em uma das extremidades, relatam visitantes, a estrutura está ainda pior por ser utilizada para saltos dentro da água.
Falta de cuidado
Na manhã desta segunda-feira, o casal André e Katiúscia Strassburger veio de Porto Alegre visitar familiares e passar o final do ano em Pelotas. A caminhada pela orla terminou no Trapiche, com lamentos pelo mau estado de conservação. "É uma pena porque este lugar é turístico e pode potencializar isso no Laranjal. Se não for arrumar, que ao menos mantenha fechado", disse André.
A esposa Katiúscia, pelotense, esperava encontrar o local em melhor estado e conservado, e citou exemplo de outras cidades que preservam pontos turísticos. "Quem ganha com a estrutura neste estado?", questionou.
Outro casal que desfrutava a manhã de segunda-feira no Trapiche era Michele Lima e Mário Alves, que vieram de Goiânia passar as festas de final de ano em praias gaúchas. A visita ao sul do Brasil incluiu Cassino e outras cidades. Michele lembrou que esteve há dois anos em Pelotas e o Trapiche também estava interditado com problemas.
Apesar de dirigir elogios às sombras das árvores e a beleza natural, o estado do Trapiche ficou como um ponto negativo. "A gente gostou muito e quer voltar, quem sabe na próxima esteja melhor", disse Michele.
Arrombamento
Conforme comerciantes da área, o portão que impedia o acesso teve o cadeado arrombado na última semana. No entanto, mesmo quando o portão permanecia fechado, muitos se arriscavam e adentravam na área interditada. Na opinião de Bruno Bezerra, com uma banca de alimentos próximo do local, o poder público deveria planejar e executar um projeto com estrutura de concreto - mais durável e segura. "Em dias como o domingo, que a praia ficou lotada, se percebe a falta de obras de urbanismo na orla do Laranjal", opinou.
Novo cadeado
O coordenador municipal da Defesa Civil, Paulo Darci dos Santos, confirmou que o local segue interditado. Alguns reparos foram feitos, porém ainda não foi realizado um laudo final atestando a segurança e capacidade da estrutura. "Não sabia. Não tinha ido ainda ao Trapiche. Vou providenciar imediatamente a colocação de uma corrente e um cadeado novo", garantiu, no final da tarde desta segunda-feira.
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